A sensualidade é a
utilização dos sentidos físicos. É importantíssimo verificar que essa
utilização pode ser positiva ou negativa, como veremos adiante.
Para que utilizemos a
sensualidade de modo positivo, pagaremos um alto preço de conscientização,
disciplina e renúncia, o que geralmente a grande maioria dos seres humanos não
se dispõe a ascender nessa elevada plataforma de sucesso. Essa sensualidade positiva
glorifica a Deus, conforme I Coríntios 10.31: “Quer comais, quer bebais ou
façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.”.
Infelizmente, quando
relaxamos a prática da sensualidade positiva que glorifica a Deus, pagamos um
humilhante preço, descambamos montanha abaixo em direção aos escabrosos vales e
às desgraças desta vida pela prática da sensualidade negativa, que empurra o
ser humano para a desonra, o demérito, o desrespeito e o ambiente de ardoroso
juízo divino e humano.
Os dicionários indicam o
significado da palavra Sensualidade como sendo propriedade do que é sensual,
inclinação pelos prazeres dos sentidos; amor das coisas ou qualidades
sensíveis. E, além disso, luxúria, lubricidade, lascívia e libertinagem que é
viver na sensualidade.
Analisando cada uma das
definições, devemos sempre ter em mente que, quando tomamos o significado da
palavra somente por uma vertente, ele se perdurará com tal valor que se tornará
incomensuravelmente impagável o preço do desvio dado a elas. E algumas palavras
que não são compreendidas através do coração, como se ele fosse uma porta
dimensional transcendente, soariam como metal roçando pedra afiada e com
certeza estariam fadadas a esse diminuto conceitual, mesmo àqueles dotados de
bens espirituais.
As palavras têm o poder
de dizer o que são, mas os efeitos da produção de uma linguagem sensual e
sedutora são sempre parciais à cegueira verbal que mantemos com os vícios do
preconceito pelo qual nos deixamos enredar e sermos conduzidos. No entanto, prudência,
juízo, bom senso, razão, retidão e discernimento são acessíveis a todos, o que
nos permite um caminho de desprendimento desse acessório pernicioso, que
adquirimos ao longo da vida, para podermo-nos concentrar no que é essencial e
puro.
Verificando positivamente,
à “inclinação dos prazeres dos sentidos” (o primeiro dos significados
indicados) há de dar o efeito moral de que todo o corpo humano é obra de Deus
para ser usado a serviço da vida que Ele nos permitiu ter. E como é bom saber
que podemos sentir e sentir com todo o vigor do nosso corpo, e é sempre
proveitoso não esquecer que há aqueles que não dispõem de todos os sentidos
físicos.
Os significados
adjacentes que estão ligados à sensualidade não devem ser desprezados, porém
eles partem de uma extensão que surgiu por intermédio da corrupção linguística
concedida aos outros verbetes supracitados. A “luxúria” é a concupiscência com
requinte, com luxo. Por esse conceito pode-se dizer que é um significado que
trata a mesma palavra com corrupção ou perversão.
Tudo que vem da obra de
Deus estimula as outras criações divinas, por isso o significado, ainda por
extensão, de sensualidade ser também “lubricidade”, já que é o que estimula o
corpo acordar, alimentar-se, vestir-se, trabalhar, etc. No entanto há o poder
de sermos perversos em desencadear, daí, uma “malfeitoria anticristã”.
Analisando a vertente
negativa do significado da palavra sensualidade, a “lascívia”, que é outro
significado do vocábulo, é uma conhecida ênfase do sensualismo. Não nos esqueçamos,
pois, de que, como resultado de gerações de ações e influências distribuídas
pela terra fértil e ao mesmo tempo lúgubre, apesar de divinamente perfeita; ter
a consciência de que a sensualidade também nos leva ao estímulo à libido e ao
desejo sexual, é antes de tudo, compreender a importância do recato, do pudor e
do recolhimento para uma vida com Deus.
E o que é “libertinagem”,
outra extensão da palavra sensualidade, senão essa falta de responsabilidade em
trabalhar o sensorial da mente e do corpo em nosso viver? O cárcere em que o
ser humano se encerra é justamente quando lhe falta responsabilidade em
trabalhar o que Deus nos deu com todo seu amor. Usar da sensualidade sem
responsabilidade leva à libertinagem, à degenerescência, e podemos, com ela, sermos
encarcerados e viver cumprindo sentenças no consciente e no inconsciente.
A humanidade inteira
sofre terrivelmente os desvios e as desgraças da sensualidade. Ser sensual é
enfatizar demasiadamente o corpo e, dessa forma, desencaminhar-se para o mal…
Taras e vícios sexuais, luxúria e vanglória, vários tipos de corrupções
mundanas são tipos de sensualidade. Mas, como tudo isso aparece?!
Quando os sentidos
físicos (visão, audição, tato, paladar, olfato e membros do corpo físico)
entram em contato com o mundo exterior, as impressões colhidas pelos sentidos
físicos caminham para o interior do ser humano, através da sensação, percepção,
imagens e ideias, estabelecendo na mente humana os sentimentos, os pensamentos
e os projetos que, imediatamente, partem para o exterior do homem através de
suas palavras, gestos e ações. Sobre essa origem dos desejos exagerados do
corpo, observemos o que disse Jesus em Marcos 7.21–23: “Porque de dentro, do
coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os
furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a
lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males
vêm de dentro e contaminam o homem”. Tiago 1.14 e 15 e 1João 2.16 nos revelam
que as concupiscências, que são os desejos exagerados, procedem dos olhos, dos
membros do corpo e da soberba da vida, gerando o pecado e, consequentemente, a
morte espiritual e eterna.
Todos nós conhecemos os
malefícios das pornografias, que infestam a humanidade, oriundas de internet,
de filmes, de nudez pelas ruas, de propagandas de jornais e revistas, de roupas
indecentes, de propagandas de televisão, de novelas e de tantos outros métodos,
todos eles usados pelo diabo para provocar o sensualismo e arrastar a
humanidade para a desgraça…
Amós 4.13 focaliza a
corrupção e corrosão dos valores morais. A nação israelita estava vivendo
obstinadamente no pecado. Tornara-se pior do que as nações pagãs. Havia caído
num poço mais profundo do que aqueles não-israelitas, que sempre viveram
mergulhados nas trevas espirituais e morais do pecado. Amós menciona alguns
desses terríveis pecados.
Tributavam culto ao corpo
os israelitas – Amós 4.1. Basã, grande extensão de terra, que se concentrava no
lado oriental do alto do rio Jordão, e, apesar de não se conhecer os seus
limites exatos, provavelmente ficava entre o monte Hermon e as montanhas de
Gileade. Por serem bem nutridas, robustas e fortes, as vacas de Basã eram
amplamente conhecidas, porque as pastagens daquela região se desenvolviam com
abundância e vigor – Deuteronômio 32.14; Salmos 22.12; Ezequiel 39.18. Lá os
animais do pasto eram famosos pela robustez, beleza e boa carne. Quando
alcunhava de “vacas de Basã” as mulheres que viviam em Samaria, Amós fazia
referência à exploração da aparência, ao culto ao corpo, à sensualidade e ao
prazer. A locução rigorosamente definida como “vacas de Basã” é bastante
enérgica, mas sinalizava para o poder das mulheres bem aparentadas, de incidir
sobre a corrupção no meio social contra o povo de Israel. Amós refere-se às
“vacas de Basã” para fazer comparação a essas mulheres, aludindo ao que elas
engordam para o abate. Era uma geração hedonista, que aproveitava a vida
somente para atender aos desejos carnais e à busca pelo prazer a qualquer
custo. As mulheres de Samaria eram como o escol do gado, felizes pela
puerilidade de uma vida estritamente animal, sem querer, ao menos, saber do que
acontecia com a sociedade samaritana. Não era na alma e sim na carne perecível
do corpo que aquelas mulheres encontraram a fórmula da alegria de viver. Também
hoje vivemos numa geração que idolatra o corpo, e muitos trabalham o físico
almejando chegar à “perfeição”.
Em Amós 4.1, verificamos
a busca desenfreada pelo deleite físico. As mulheres de Samaria viviam no luxo,
num constante lazer despropositado, entregues à bebedeira, expondo-se aos
excessos, em festejos caros e requintados. A ostentação, o materialismo e o
hedonismo sem o temor a Deus promovem nas pessoas malversação e poder soberano
usurpado e ilegal, e, consequentemente, levando também ao prazer insaciável e à
inquietude.
Em Amós 4.1, temos a
aliança insaciável, aliada à opressão do pobre. Por causa da inquietude, as
mulheres de Israel exigiam de seus maridos condições para aquela vida
desregrada, levando-os a tomarem do povo humilde que pouco tinha para comer, a
fim de alimentarem as exorbitâncias delas, e satisfazerem seus desejos e
ganâncias. Aquelas mulheres demarcadoras e limitadoras dos direitos do povo,
para fim de seus deleites, surgiam da falta da vida em Deus, por isso
desfilavam de alma pobre, miserável e, por conseguinte, imoral, no entanto elas
prosperavam nas misérias espirituais dispostas nos “indefesos”. Portanto se
reconhece daí dois graves crimes. O primeiro na forma demérita de viver; a
segunda na exploração dos pobres, principalmente, com a finalidade de manter-se
na primeira. Assim os indivíduos ricos usavam da sordidez para acumularem
fortunas. Porém todo o luxo ostentado era resultado da fome que impuseram aos
pobres. O apóstolo Paulo exorta os ricos a praticarem o bem e serem ricos de
boas obras – ITimóteo 6.17-19.
Em Amós 4.1, ainda
observamos a inversão dos papéis no casamento. No tempo de Amós, os homens eram
mandados pelas mulheres, mas eles isso permitiam por motivos lascivos. Por isso
se corrompiam induzidos por elas a oprimir aos que já eram desprovidos. Os
maridos deveriam abastecer as festas com luxo e vinho além de proporcionar a
satisfação carnal às mulheres de Samaria. Assim, as chamadas “vacas de Basã”
norteavam o futuro daquela comunidade. Amós disse que não estaria longe do
juízo de Deus a Terra cuja feminilidade é degradada. Tal era Samaria nos dias
de Amós.
A Bíblia é rica em
explicitar as nocividades e desgraças da sensualidade exagerada, expressa pelas
concupiscências, ou desejos exagerados da vida.
“Não reine, portanto, o
pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; e
nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de
iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos
membros a Deus, como instrumentos de justiça.” – Romanos 6.12 e 13. “Que cada
um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honra” – 1Tessalonicenses
4.4. “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” –
1Tessalonicenses 4.7. “Disse Jesus: “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado
aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a
sua vergonha” – Apocalipse 16.15.
Em Amós 4.2 e 3 “E
saireis pelas brechas, uma após outra, e vos lançareis para Hermom, disse o
SENHOR” o profeta indica o juízo de Deus sobre o pecado. Em Amós 4.2, “Jurou o
Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos
levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca.” o profeta
sinaliza para o juramento de Deus. O Senhor Deus jura que os opressores serão
oprimidos, por isso lembremos sempre que o pecado jamais fica sem castigo. A
santidade de Deus é o que faz Deus ser o que Ele é. A santidade divina expressa
a própria divindade de Deus. O homem sente medo, ao se colocar frente ao Pai,
pois sabe que por conhecer o pecado e de se ter consciência de ser pecador, irá
um dia estar diante da pureza de Deus – Isaías 6.5. O juramento é a afirmação
solene que se faz invocando como garantia de sua de sua boa-fé um valor moral
reconhecido. É o equivalente a dizer: “o juramento que faço é tão certo, como a
existência daquilo pelo qual o faço”. E o invocar de Deus em juramento deve ser
de muita urgência e de muito valor moral. Na sociedade de Samaria, nos tempos
de Amós, houve uma afronta a Deus muito grande que foi a permanência na vida
materialista de autossatisfação humana. Tanto a abastada casa samaritana (Amós
4.1-3), quanto os frequentados templos de Betel e Gilgal (Amós 4.4 e 5),
estavam organizados com a mesma finalidade. A vida egocêntrica daquele grupo
abastado que perseguia os menos favorecidos entregando-os à fome e à carência
física. “Contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor.” – Amós 4.9b – Por
isso mesmo eles passariam por momentos críticos e de saque, conforme aconteceu
em Samaria assim como todas as dez tribos do norte da nação israelita, que
foram saqueadas a mando de Sargão I, rei da Assíria em 722 a.C.
Deus cobrou um preço pelo
apreço a Sensualidade que aquelas mulheres de Samaria se dedicara. Amós clama
por justiça e diz que a opção de Deus é pelos pobres. Em Amós 4.2 e 3, põe em
destaque o cativeiro humilhante por que passariam aquelas mulheres que viviam
no luxo reluzente e na luxúria pecaminosa sendo arrastadas como peixes presas
em anzóis. “Jurou o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias estão para vir
sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de
pesca”, elas seriam tratadas como o gado que vai ao abate. Os assírios tinham o
costume de prender ganchos tipo argolas no nariz ou no lábio inferior dos
prisioneiros, amarrá-los a cordas e puxá-los como animais, quer para o
cativeiro, quer para a morte, e era o que eles fariam com as mulheres, “vacas
de Basã” de Samaria.
Imaginem vocês que será
diferente com a humanidade pós-moderna?! A humanidade está brincando com Deus.
Enquanto, o juízo divino está bem pertinho, quase às portas… Medite em Amós
4.12.
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