"Retenhamos firmes a
confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E considerem-nos
uns aos outros, para nos estimulamos à caridade e às boas obras; não deixando a
nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia",
Hebreus 10:23-25.
Este texto é uma grande
ordem para a maioria dos pregadores e mesmo assim simples o bastante para os
recém-convertidos entenderam. E uma exortação dupla.
Em primeiro lugar vemos
que devemos reter firmes a confissão da nossa esperança, sem vacilar. Isto
significa que devemos continuar crendo em Jesus de Nazaré como Salvador e
Senhor e nunca desistir da boa esperança que está nEle. É a mesma exortação que
Pedro dá ao dizer: "E esperei inteiramente na graça que se vos ofereceu na
revelação de Jesus Cristo", 1 Pedro 1:13. A esperança é filha dos tempos
difíceis. Ela tem que viver num mundo mau. A própria palavra
"esperança" implica em problema presente. Significa algo melhor no
futuro. Se os benefícios presentes da salvação fossem tudo o que tivéssemos não
haveria lugar para a esperança, e a salvação não seria uma bênção e sim uma
maldição.
A salvação é de graça por
que é sem preço, e não temos que pagar nada; é de graça porque Jesus já pagou
tudo, mas vivê-la bem em nossa vida diária é caríssima. Significa uma vida
dedicada a Deus e separada do mundo e estas duas coisas andam de mão dadas. Não
pode haver dedicação de uma vida a Deus sem a separação do mundo. Deus e o
mundo são incompatíveis. João diz: "Se alguém ama o mundo, o amor do Pai
não está nele", 1 João 2:15. Já disseram que se pode falar ao mesmo tempo
sobre um demônio celestial com um crente mundano. E isto é verdade vivendo a
vida cristã em nossa caminhada diária.
Mas a base para esta
exortação é que Deus é fiel ao que prometeu. Deus fez promessas em Seu Filho, e
cada crente no Senhor Jesus Cristo pode colocar sua fé e esperança nEle com a
certeza de que Deus cumprirá Suas promessas.
Em segundo lugar é uma
exortação para considerar em como animar uns aos outros para o amor e para as
boas obras. Eis aqui uma pergunta vital que devemos considerar: "Como
posso animar meus irmãos em Cristo a amarem e fazerem boas obras?"
Importa-lhe como seu irmão vive? Ou você diz que não é de sua conta o que seu
irmão ou irmã faz? Este é o espírito de Caim que perguntou: "Sou eu o
guardador do meu irmão? É claro que somos todos nós o guardador do nosso irmão,
e dizer que não nos afeta o que acontece com eles é ser culpado de um grande
pecado.
A FREQUÊNCIA NA IGREJA
O texto que queremos
enfatizar é uma cláusula tirada da segunda exortação: "não deixando a
nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros;
e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia".
Temos aqui um mau hábito;
um pecado predominante, e poucos estão cientes da seriedade dele. Mesmo os mais
fiéis não acham isto um pecado. Causaria sensação se o pastor falasse os
pecados que lhe foram contados sobre os vários membros da igreja. Nomes feios,
mentiras, bebedeiras... Diz-se que um incrédulo afirmou certa vez, que se
mudasse algum dia, nunca entraria em certos lugares onde encontra alguns dos
membros mais importantes. Duvido da veracidade da afirmativa de que são membros
importantes. Como é que ele sabe? Ele nunca esteve aqui para saber quem é
importante ou não. Mas dar lugar para os inimigos da cruz blasfemem é uma coisa
terrivelmente ruim e ai dos membros que fazem isto.
Mas o ponto que desejo
enfatizar é que nunca ouvi ninguém mencionar como pecado a falta de frequência
na igreja.
A IMPORTÂNCIA DA
FREQUÊNCIA NA IGREJA
1. É uma ordem de Deus.
Não é só um mero conselho. Não é algo optativo; é tão obrigatório quanto
qualquer um dos mandamentos feitos por Ele.
Não é simplesmente o
desejo do pastor; é uma ordem de Deus a qual não se pode menosprezar.
Pigarrear, gaguejar e dar desculpas é responder a Deus. "Mas ó homem, quem
és tu, que a Deus replicas". Neste versículo Deus e o homem são
apresentados num contraste bem delineado, Deus em sua infinita grandeza,
santidade, poder e sabedoria, o homem, em sua pequenez e ignorância
infinitesimal. No grego há uma ênfase forte no "tu". Mas, ó homem,
quem és tu, que a Deus replicas". Será um dia feliz para alguns de nós se
Deus marcar este texto em nossos corações, para que nunca possamos esquecê-lo.
Se Deus deixar por nossa conta criticá-lO e por objeção aos Seus mandamentos
isto nos será fatal. E Deus pode fazer tal coisa. Atos 14:16 e Romanos 9:18. Ó
homem, quem és tu afinal de contas? E quem é Deus?
Como indivíduo, o homem é
só um dos mais de 2 bilhões e 500 milhões de seres humanos que habitam o globo
terrestre. E o que é este globo ao qual chamamos terra? Nada mais que um
pontinho nesta parte do universo que conhecemos. A terra é tão pequena que se o
sol fosse oco, poderíamos enchê-lo de 1.200.000 terras como a nossa e ainda
haveria espaço para usá-lo como chocalho. O sol também é muito pequeno se o
compararmos com algumas outras estrelas cujas medidas foram tomadas
recentemente. E sabemos que ainda há 255 milhões destes mundos imensos que
chamamos estrelas e foi Deus que as fez. Será que você tem coragem de desafiar
a Deus e dizer que Seus mandamentos são ofensivos?
2. É uma maneira de nos
encorajarmos mutuamente: "Não deixando a nossa congregação, como é costume
de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros". De todas as pessoas, as
que mais precisam de ajuda e encorajamento, são aquelas que amam sua igreja e
querem vê-la prosperar em sua obra para Cristo. A igreja é uma fábrica para
Cristo, e todos os membros precisam estar em seus postos. A igreja é uma escola
de instrução religiosa e todos os seus membros devem ser alunos fiéis.
A igreja é um farol para
Cristo e cada membro precisa deixar sua luz brilhar diante dos homens, para que
eles vejam suas boas obras e glorifiquem a Deus. É pecado colocar nossa luz em
baixo do velador ou da cama, e é isto o que as pessoas fazem, quando tentam
esconder as coisas boas que fazem. É claro que não precisamos fazer um desfile
de nossas boas obras, a fim de receber o louvor dos homens, mas devemos
praticá-las diante dos homens, para que Deus seja louvado. Se o motivo for
errado ao mostrá-las para nossa própria glória, também é errado escondê-las
fingindo humildade.
Se eu apoiar minha igreja
ou fizer algo para seu bem, e ninguém souber, como é que isto vai servir de
encorajamento para alguém?
Negligenciar a frequência
à igreja, e eu me refiro a frequência regular, a frequência a todos os cultos,
é a coisa mais ridícula e sem sentido que uma pessoa pode fazer.
É como empregar um mestre
de obras e não dar-lhe nenhum pedreiro. Ou como nomear um general sem dar-lhe
nenhum soldado. Ou contratar um pastor sem dar-lhe nenhuma ovelha para cuidar.
Ou como um líder sem nenhum seguidor. Ou como arranjar um professor sem nenhum
aluno para ser ensinado. Ou como um médico sem paciente para ser tratado.
O pastor tem estas várias
ocupações em seu ministério espiritual. Ele é pastor, professor, ministro,
capitão, e líder das hostes espirituais, mas o que vai fazer sem seu exército?
O que um pastor pode fazer sem diáconos? E um superintendente da Escola
Dominical sem professor? Ou um pregador sem ouvintes?
Cada membro deve sentir
como obrigação estar em seu lugar no banco da igreja, do mesmo modo que o
pastor no púlpito. Não há nada que desanime mais o pastor do que enfrentar
bancos vazios. Não é a oposição do mundo exterior que fere o coração do pastor;
é a ausência daqueles que um dia fizeram uma promessa a Deus.
Acho que nenhum nome pode
se destacar mais como representante de devoção a Deus e coragem consagrada do
que o de Paulo. Ele foi, pelo menos aproximadamente, tudo o que qualquer
ministro fiel espera se tornar. Quase sempre se encontrava no meio de inimigos
e mesmo assim, ninguém foi mais dependente do que ele da ajuda compassiva dos
seus seguidores. Sabemos como ele lamentou a partida de Demas. Suas palavras
parecem molhadas de lágrimas ao dizer: "Porque Demas me desamparou, amando
o presente século". E quase nas últimas palavras que escreveu, disse a
Timóteo: "Procura vir antes do inverno".
Escrevendo aos Coríntios,
o grande apóstolo disse: "Ora, quando cheguei a Troás para pregar o
evangelho de Cristo, e abrindo sê-me uma porta no Senhor, não tive descanso no
meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas despedindo-me deles,
parti para Macedonia". Paulo tinha uma porta aberta em Troás, mas
sentia-se tão deprimido com a ausência de Tito, que não podia pregar. Onde está
o pregador chamado por Deus, que não entenda o significado da ausência de Tito?
Talvez ele seja um diácono de quem o pastor dependa. Ou alguém sem posição
oficial, talvez uma mulher santa, cuja frequência regular, é esperada e quando
ausente o pastor entra num estado de depressão. A ausência dos fiéis faz o
pastor sentir como se a igreja estivesse vazia.
3. Não pode haver igreja
sem a frequência do povo. A palavra "igreja" significa assembleia; e assembleia
é uma congregação de pessoas. Se os membros não se reunirem, não poderá haver
uma igreja.
Talvez haja uma igreja
sem dinheiro, porque os membros podem se reunir nas casas, em baixo das árvores
ou mesmo ao ar livre, mas não pode haver uma igreja sem os membros se reunirem.
Estou dizendo isto, não para diminuir o valor do dinheiro, mas para magnificar
a frequência à igreja.
Em algumas igrejas pode
haver os que dão ofertas enormes, os quais parecem tão importantes, porém o
mais importante é a frequência regular deles na igreja. Precisamos de membros
fiéis que se reúnem conosco.
Falo de coração ao dizer
que se você puder dar dinheiro e vir à igreja ao mesmo tempo, se tiver que
deixar de fazer um dos dois, então deixe o dinheiro de lado e venha à igreja!
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